sábado, dezembro 26, 2015


Enquanto eu te quiser, o meu amor por ti não se despedirá.
Enquanto eu te quiser, o meu sorriso por ti brilhará mais intenso.
Enquanto eu te quiser, o meu corpo a ti se entregará.
Enquanto eu te quiser, o meu beijo a ti será imenso.

Enquanto eu te quiser, a minha alma para ti dançará na pista do desejo.
Enquanto eu te quiser, a minha vontade beijará o tempo de te ver nua.
Enquanto eu te quiser, a minha saudade de ti será apenas um doce bocejo.
Enquanto eu te quiser, a minha liberdade acaba onde começa a tua.

Enquanto eu te quiser, serás poder de vacilar e eu estarei cá para te emparar.
Enquanto eu te quiser, serás livre de me renunciar se outra paixão surgir.
Enquanto eu te quiser, serás bela mesmo no cúmulo de um amargo paladar.
Enquanto eu te quiser, serás tudo o que um homem pode ter sem pedir.

Enquanto eu te quiser, não te ralarás com o tempo que faz cá dentro, lá fora é duro.
Enquanto eu te quiser, não te darei rosas nem espinhos, mas sim um mal-me-quer.
Enquanto eu te quiser, não te deixarás levar pelo ciúme, é queixume inseguro.
Enquanto eu te quiser, não te preocupes com quem me quer.

J.A.

quarta-feira, dezembro 23, 2015




A aragem do norte trás no desenho dos teus lábios um aroma breve, de encanto.
No preto e branco do teu retrato um doce entardecer, rima, na memória do sonho.
O teu rosto de mulher, esculpido pela beleza, num acaso de espanto.
E esse silêncio que queria falar, permanece, intemporal, num desejo risonho.

O segredo dos teus olhos, sabe a mistério por revelar, indefinida abstração.
Os teus cabelos sem cor, protestam a dor de outras vivências, desprendidos.
A música que ouves, será sempre aquela que te ilumina a alma e aquece o coração.
E nada mais há a acrescentar à harmonia da tua face do que, olhares rendidos.

Cada pensamento teu, voa pela palavra, sem poisar no destino, incerto.
Sem fim, a coragem perde-se em cada vaga do tempo, que virá na incerteza, 
Um dia vais saber o que é amar e ser amada, a vida te sorrirá de novo, por certo.
Um alguém, cairá do céu e se renderá ao calor da expressão da tua beleza.

Saberás te dar ao sabor do mel, pois do fel, experiênciado, queres distância. 
E eu, que te revejo na inocência de não ter certeza de nada.
E vislumbro a possibilidade de um dia te ver e estar perto dessa tua inconstância. 
Perspetiva irrealista de um sonhador, cuja amizade, não quer, quebrada. 

J.A.

Photo by C.R.

segunda-feira, dezembro 21, 2015


Um dia uma voz sussurrou ao meu ouvido e disse-me que a minha vida teria mais interesse se me dedicasse à cultura do espiritualismo. Abdiquei então do pecado e do mundo carnal para me dedicar a Deus. Recolhi-me no refúgio que perfaz o incógnito e subscrevi a fé. Com vestes de crente fui ouvindo a voz do silêncio e alimentei a esperança de ser útil, inútil.
O tempo foi passando e as andorinhas, que em cada Primavera vinham, traziam com elas o esvoaçar gracioso da felicidade, escassa. E quando de novo partiam, deixavam atrás um rasto de saudade, que não passa.
Hoje, muitas luas depois da vertigem da minha juventude, perdida, observando o azul do céu e o vento que me beija o rosto, impávida e conformada no parapeito da janela da casa do Senhor. Reconheço que há escolhas e decisões que, quando tomadas por impulsos ou sonhos imaginários, condicionam o destino.
Pergunto, não a Deus mas a mim mesma, por que raio escolhi esta forma de viver. Como teria sido se tivesse optado pelo lado de lá? Do lado de cá já não oiço, nem ninguém me ouve. O mofo tomou conta do meu coração e o bolor, do resto meu exausto exterior...
J.A.

sábado, dezembro 19, 2015


Sentado no meu colo, o teu corpo despido mas com desejos mil, absorve o calor febril das minhas mãos. Em concha, elas te acariciam as mamas com uma astúcia delicada, mas que te rubificam o momento, louco de prazer. Perguntas ao clima pelo tempo, como se estivesses a viver um sonho, do qual não queres que finde. O colo, as mãos nos teus peitos, o nu do teu corpo, são apenas apêndices duma circunstância que ainda agora se iniciou. O melhor ainda está para vir.
Imagina sentires-te possuída por mim, cavalgares no meu engenho cilíndrico, de carne dura, alimentado pela tesão que a veludez da tua pele provoca nas minhas mãos em brasa.
Isto ainda vai acabar na cama, pois então, já não haverá espaço no meu colo para tanta excitação...

J. A.

A queda de um anjo é sempre mau sinal, nomeadamente quando esse anjo se apresenta sobre a forma de uma mulher. Pois, até os anjos têm sexos, o masculino, mais terreno e o feminino mais sensual. Quando a sensualidade se quebra e cai no abismo, perde-se o encanto. O mundo gira em torno do arrefecer e o amor acaba por desaparecer…
J.A.

sexta-feira, dezembro 18, 2015



Avisto alguém ao longe, quebrando as ondas, vivendo na espuma, mergulhos embrulhados e no espelho retrovisor do meu meio de transporte, que não mente, algo me diz que tenho gente por perto, certamente.
E, o vento que faz lá fora arrefece cá dentro. No interior da memória fica sempre uma história para mais tarde contar. Tudo o que vejo, combina com a vontade de aqui estar, junto ao mar...
J.A.
Photo by José Pedro Duarte.

Passo a minha língua molhada no desejo da ação do ato pelas tuas pernas, abertas à vontade de serem beijadas, num percorrer suave e apaixonado, abraçando a intensidade de te sentir consumida. Com ais de agrado, húmida de prazer, vais suplicando por mais tempo, pois sabes que o momento em breve cairá no precipício do terminar e que de mim, para sempre vais lembrar...
J. A.

terça-feira, dezembro 15, 2015



Em bébé mamava no teu seio para inconscientemente me alimentar. Hoje, sacio-me conscientemente do teu peito para te dar prazer e fazer do nosso amor a suprema forma de paladar..

J.A.